quarta-feira, 18 de abril de 2012

Troféu estranho






No silêncio do tentar escrever, meu corpo me diz que não passa de morada de várias mulheres perdidas no tempo. 

Elas me sussurram que  não se importam com as coisas que não conquistei, me informam democraticamente que ainda tem que me gritar onde eu posso chegar, e seu eu não sei, elas vão me guiar.

 Joana me grita que suas queimaduras ela me empresta de escudo, as mortas como bruxas me pedem para pecar, as santas não canonizadas se esvaem de choro em algum canto meu, rezando pelo meu não desfalecimento. 

As do céu me jogam suas asas e me dizem para eu me levantar, as do inferno me dão dicas de Caronte, Hades e Thánatos para que eu possa ludibria-los e continuar. 

Que meus filhos digam:- essa é minha mãe! Aquela que provou que se pode viver do que" não era." A que calou aqueles que acreditam que a vida, só existe pelo do que de ti, esperam. A que ouviu os loucos sem medo de sê-lo,  que cala os sãos, sem medo de não tê-los.

 Nada mais me importa.

O mundo borbulha estático nesse momento, fora da minha sala verde penumbra, onde sentada no meu trono imaginário, entendo que meus dedos conduzem  minhas revoluções a  transformar tudo que era para ser ócio, em criação.

Calo a todas e informo, que eu quero dinheiro!  O estranho troféu sem sentido! E o quero, pelo que ninguém espera. Quero-o pelos milagres que essas insanas podem me proporcionar, quero ser paga pelo meu mais profundo e absoluto mistério, pelo gozo do inesperado, pelo adormecido,  esquecido, ou morto estando nesses perdidos, todos os meus achados.



Nenhum comentário: